Maravilhosidades da Netflix - Semana Dez!

by - abril 02, 2016

Chegamos à décima edição das Maravilhosidades e ela vem com tudo!! Semana de pós-feriado é sempre correria do lado de cá. Voltando de Salvador, resolvendo coisas de casa e vida, daquele jeito. E na primeira semana de abril a Netflix nos deu não sei quantos presentes, que bem já passei o olho, mas vamos com calma que o que não falta é filme bom para vermos, em qualquer época. Como este fim de semana chega à velocidade máxima e está fazendo sol por aqui, selecionei filmes de impacto, com um pouquinho de nada de alívio, para ficarmos no clima certo.

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Blue Jasmine (2013, de Woody Allen) – 98 min
Woody Allen se superou nesse filme, que não seria nada sem a presença de Cate Blanchet. É muito difícil dizer que uma atriz é a melhor de sua geração, mas Cate, se não for a melhor está no top 3, com certeza. Ela é Jasmine, a irmã antes rica e agora entregue à rua da amargura, de Ginger (Sally Hawkins, outra incrível e menos conhecida que ganhou meu coração em Simplesmente Feliz, de Mike Leigh), com quem vai procurar abrigo após perder o marido, um especulador golpista. O filme centra todo na atuação de Blanchet e sua transformação, da riqueza à derrocada e essa adaptação a um novo estilo de vida. Ácido, mordaz, sarcástico do início ao fim, consegue ser um misto de comédia leve – típica do autor – e drama. Você vai rir mesmo se não gostar de Woody Allen e ainda encontrará Alec Baldwin novamente, Bobby Cannavale e Louis CK em uma curta participação.

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Álbum de família (2013, de John Wells ) – 121 min
Julia Roberts e Meryl Streep confirmam sozinhas a relevância desse drama carregado de tiradas ainda mais ácidas e cruéis do que Jasmine. A família de Violet Weston (Streep), uma mulher amarga e difícil, se reúne para lhe visitar após o desaparecimento do marido (Sam Shepard). As filhas, Barbara (Roberts), Ivy (Julianne Nicholson) e Karen (Juliete Lewis) com suas famílias aparecem para um difícil e conturbado encontro – ainda assim, regado a recordações e gargalhadas. A importância e qualidade do filme estão na identificação que temos com ele em determinados trechos e nossas próprias famílias – especialmente se não moramos mais com nossos pais e os vemos em visitas ocasionais. Difícil, inteligente e ácido, vale a pena, nem que seja para ver o jogo de cena de um elenco sensacional. Aqui você ainda encontrará Ewan McGregor, Chris Cooper, Margo Martindale, Dermot Mulroney, Abigail Breslin e Benedict Cumberbatch. 

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Piaf: um hino ao amor (2007, de Olivier Dahan) – 140 min
Saindo da comédia difícil para o drama de verdade, segue Piaf: um hino ao amor (o título em português remete a uma das músicas mais famosas na voz de Edith Piaf). Aqui vemos a história de vida da cantora ícone francesa incorporada por Marion Cotillard em uma performance que lhe garantiu de uma só vez o Oscar, Globo de Ouro, BAFTA, César, Cannes e outros prêmios de melhor atriz em festivais menores. Como uma biografia clássica, o filme nos carrega para a trajetória da cantora, da ascensão à morte e conhecemos mais sobre a voz e a vida dessa mulher forte, sofrida e maravilhosa. Vale muito o investimento!

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Casamento grego (2002, de Joel Zwick) – 95 min
Depois de tanto sofrimento, alguma leveza é fundamental. Casamento Grego é uma comédia romântica engraçadíssima, no melhor estilo ‘não quero pensar nos meus problemas agora’ que você pode assistir neste fim de semana. Leve, despretensiosa e boba, mostra o estereótipo de uma grande família grega que, ao contrário do Álbum de Família, traduz tudo em piada, até as questões mais sérias. É para baixar a guarda e se permitir uma brincadeira animada e bem construída. Lembrei tão carinhosamente desse filme agora que até vou rever! É com Nia Vardalos, que também assina o roteiro e John Corbett, o Adam, da série Sex and the City.

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Habemus Papam (2011, de Nanni Moretti) – 102 min
Uma vez eu li em algum lugar que Nanni Moretti era o Woody Allen da Itália. Eu acho que poucas coisas os unem: a comédia inteligente e a participação nos filmes como atores, além da direção. Mas os dois são completamente distintos, na vida real. O tipo de comédia é diferente, a forma de filmar, o tratamento dos atores, os roteiros, enfim, tudo muda. Neste Habemus Papam vemos a história de um conclave que parece dar errado. A escolha papal pode ser um tormento e fardo para seus candidatos, pela pressão de ‘presidir’ a igreja Católica. Assim, chamam um psicanalista (Moretti) para ajudar o futuro papa em suas questões, para que fique firme diante da decisão de todos e nem tudo sai nos conformes. O filme não é de gargalhadas, mas de uma comédia mais refinada, que pode passar despercebida se o assistirmos com pressa em sermos agradados. Ele funcionou comigo um pouco como Juventude (nos cinemas a partir desta semana, com crítica aqui no Café) que nos toma um tempo para digerir e verificar sua importância. Gostei bastante dos dois e ambos são italianos, o que pode ser um fator em comum neste processo, já que o cinema de lá não vem com tanta frequência para nós e ficamos com aquelas referências antigas e os filmes independentes. Este vale o desafio. 

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